17 maio 2009

Governadora dá puxão de orelhas na cúpula da SESED

Rubens Lemos disse que Wilma cobrou ações da Sesed

A governadora Wilma de Faria deu um ultimato à cúpula da segurança pública do Estado. Ela quer resultados positivos no combate à criminalidade e espera que, até o final deste mês as primeiras providências sejam tomadas.

A insatisfação da governadora foi expressa na noite da última quinta-feira, na Governadoria, durante reunião com o secretário da Segurança e Defesa Social, Agripino Neto, com o comandante da Polícia Militar, coronel Marcondes Pinheiro e a Polícia Civil.

O assassinato e o esquartejamento da estudante Maisla Marino, de 11 anos, na última terça-feira, antecipou a reunião com a cúpula da segurança e a cobrança de resultados.

Quinta-feira, quando se encontrava em Mossoró, a governadora comentou o assassinato de Maisla, quando mostrou sua insatisfação com os últimos acontecimentos. “Estou pondo em cheque a minha equipe”, disse Wilma. E la pediu ação à sua equipe e determinou o incremento da quantidade de viaturas e do patrulhamento na capital e em Mossoró.

Segundo o secretário Estadual de Comunicação, Rubens Lemos Filho, a reunião é uma praxe estabelecida pela governadora, e serve para que ela tenha um diagnóstico de todos que a auxiliam. “Essa mesma reunião já aconteceu com a Secretaria de Saúde, de Infra-Estrutura, entre outras. Com a Segurança já havia ocorrido e a governadora pediu uma outra, para que um relatório fosse apresentado”, explicou.

Participaram da reunião com a governadora o secretário de Segurança, Agripino Neto, o comandante-geral da Polícia Militar, Marcondes Rodrigues Pinheiro, outros oficiais da PM, e representantes da Polícia Civil, já que o delegado Elias Nobre está em Brasília. A governadora foi firme na cobrança, mas o secretário de Comunicação não classifica a postura de Wilma como um “puxão de orelha”.

“Quem conhece a governadora sabe que ela é assim, exigente. Ela tem experiência no poder executivo e cobra dos seus auxiliares que andem no ritmo dela”, disse Rubens Lemos Filho. Segundo ele, a demanda sobre a questão da segurança Wilma teve com a própria população, diariamente, nas conversas com as pessoas.

Entre as medidas determinadas pela governadora, está o adiantamento do uso das 330 viaturas que estão sendo locadas pela Sesed. Inicialmente estava previsto que os veículos chegassem ao Estado somente no final de maio, mas Wilma ordenou que a secretaria entre em entendimento com a empresa que venceu a licitação, para que as viaturas sejam utilizadas imediatamente no policiamento de Natal e Mossoró.

Uma outra determinação da governadora foi para que sejam compradas mais cem motocicletas para a Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), grupamento da Polícia Militar. A governadora quer ainda o aprimoramento do Núcleo de Inteligência e mais rapidez na construção da cadeia de Nova Cruz.

A equipe de reportagem tentou contato com o delegado Ben-Hur Cirino de Medeiros, mas ele não atendeu às ligações. O comandante-geral da PM também foi contactado, mas estava participando de uma reunião. Através da assessoria de imprensa, o secretário adjunto da Sesed, João Eider, informou que o encontro com a governadora foi uma reunião de trabalho normal, sem cobranças duras.

Sinpol diz que segurança só melhora com delegacias vazias

A presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Vilma Marinho, comentou a reunião feita pela governadora Wilma de Faria. Segundo ela, não dá para falar em melhoria no trabalho da Polícia Civil, sem retirar os presos das delegacias da capital. A superlotação das delegacias impede o trabalho dos policiais, que precisam trabalhar como carcereiros. “Não adiante falar em aprimoramento sem retirar os presos das delegacias. Seria hoje a primeira providência para que os policiais consigam trabalhar”, disse Vilma.

Segundo a sindicalista, os policiais precisam ainda de uma melhoria no que diz respeito à estrutura das delegacias. “Os policiais trabalham sem sequer estrutura de higiene”, criticou Vilma. Ela ainda falou da falta de computadores ligados à internet, o que acontece na maioria das delegacias de Natal. “Numa época em que se fala tanto de internet, tem delegacias em que os policiais fazem cota com o próprio dinheiro para que tenham internet”, denunciou Vilma.

FONTE: http://tribunadonorte.com.br/noticia.php?id=109640

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