03 julho 2009

Bombeiros se queixam da alimentação servida nos quartéis de SP


Profissionais dizem que é pouca comida para muita gente. Porta-voz do comando considerou a queixa sem fundamento.

Nesta quinta-feira (2) é comemorado o Dia do Bombeiro Brasileiro. Na capital paulista, muitos deles se queixam da alimentação disponível nos quartéis. Eles dizem que é pouca comida para muita gente. E reclamam da qualidade - e da variedade - dos produtos que recebem para preparar as refeições.

Um bombeiro gravou imagens na cozinha de um quartel em São Paulo. O objetivo dele é fazer uma denúncia. “Agora são 9h45, os colegas saíram para atender a uma ocorrência em jejum”, diz o profissional. “Não temos um café da manhã, não temos pão, não tem leite, não tem chocolate”, completa o bombeiro.

As imagens foram feitas em um posto no Centro de São Paulo que atende pelo menos 10 chamados por dia para combater incêndios e socorrer vitimas do trânsito. São, em média, 12 bombeiros por turno. Eles entram 7h30 e ficam 24 horas de prontidão – e, por isso, precisam fazer as refeições no trabalho. “Vinte e quatro horas de serviço, não temos uma fruta, não tem um suco, não tem nada.”

O bombeiro gravou também parte do cardápio do almoço e do jantar. “Ultimamente, o que tem vindo para nossa alimentação, infelizmente, é essa linguiça horrorosa e essa carne congelada. Olha o estado desse feijão! Cheio de bicho! Esse é o feijão que veio para a gente comer”, reclama.

Um produtor da TV Globo esteve no quartel bem cedo, com uma câmera escondida. O frango para o almoço e para o jantar já havia sido entregue na noite anterior. Como os bombeiros acharam pouco, eles foram ao mercado. Compraram carne, alface e bolo para o lanche. E voltaram para a base deles. O bombeiro que gravou diz que é sempre assim: se quiser comer melhor, o grupo precisa tirar dinheiro do próprio bolso.

Pelo convênio com o governo do estado, a Prefeitura de São Paulo é que seria responsável pela alimentação dos bombeiros. Mas a prefeitura disse, em nota, que surgiram dúvidas sobre a legalidade do fornecimento das refeições. E que o suprimento foi, então, assumido pelo governo do estado. A Polícia Militar confirma. O porta-voz do comando viu as imagens registradas pelo bombeiro. E considerou a queixa sem fundamento. “Legumes, frutas, carne, é tudo distribuído diariamente. Não tem como faltar”, disse o capitão Mauro Lopes.

O bombeiro que gravou as cenas sustenta a denúncia. “Se você não está alimentado, não vai poder atender bem a população. Você começa a ter dor de cabeça, o cansaço vem mais rápido. Já teve colega que passou mal por falta de alimentação. O que a gente quer é uma alimentação decente”, afirma.

A Prefeitura de São Paulo informou também que pretende retomar o fornecimento da alimentação para os bombeiros, assim que as dúvidas jurídicas a respeito do convênio forem esclarecidas.

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