01 julho 2009

A tecnologia e os riscos por trás das armas não-letais

RIO - A Guarda Municipal do Rio iniciará agora em julho o uso de equipamentos não-letais no patrulhamento ostensivo no entorno do Leme. A Polícia Militar também já usa algo desse tipo . Mas, afinal, quais tecnologias estão por trás das armas não-letais?

O conceito dessa categoria de armamento foi estabelecido nos EUA e na Europa no início da década de 90. São armas especificamente projetadas e empregadas para incapacitar pessoas ou equipamentos, ao mesmo tempo em que diminuem o risco de morte ou ferimentos permanentes, danos indesejáveis à propriedade e riscos ao meio ambiente.

As mais recentes armas não-letais sendo desenvolvidas ou testadas pelos governos do Primeiro Mundo primam pelo uso de alta tecnologia nos setores de acústica, plasma, ótica e eletromagnetismo. No entanto, mesmo sendo assim tão hi-tech, esses "engenhos incapacitadores causadores de dor e desorientação" ainda oferecem alguns riscos de lesões e até de morte, o que vem causando protestos e muitas discussões entre grupos de direitos humanos.
Diante desses riscos de segurança que estão vindo à tona, o escritório do inspetor geral do Departamento de Justiça dos EUA divulgou em maio de 2009 um relatório (disponível em tinyurl.com/dojreport ) apontando possíveis problemas com as tecnologias empregadas nos dispositivos em fase de projeto. Aliás, em inglês, o termo usado é less-lethal weapons, ou seja, "armas menos letais", em vez de não-letais. Sutilezas da linguagem...
De qualquer maneira, que tal conhecer um pouco sobre algumas das não-letais mais usadas atualmente? Vamos lá:


TASER: Um dos equipamentos mais conhecidos nessa categoria é o Taser, famosa arma de eletrochoque, muito vista em filmes policiais. Usando nitrogênio comprimido, a pistola atira dardos que se cravam na pele da vítima, aplicando-lhe um choque através de um fino fio condutor elétrico. A arma pode ser usada também sem os dardos, em que se encosta o dispositivo diretamente no corpo da pessoa-alvo, acionando o choque.
Em vários países, como o Brasil, apenas autoridades policiais podem possuir um Taser, sendo seu uso proibido para o cidadão comum. Nos EUA, por outro lado, vários estados permitem ao cidadão portar um Taser sem permissão especial.
O Taser emite ondas T, que possuem forma de onda parecida com a cerebral e tem ação direta sobre o sistema nervoso sensorial e motor do oponente. Com isso, o sujeito fica paralisado.
O alcance dos dardos do Taser é de até 10,6 m. Para facilitar o histórico de seu uso, a arma possui uma memória digital interna onde ficam registrados a data e o horário dos disparos. O cartucho dos dardos contém cerca de 20 confetes identificadores com o mesmo número serial do cartucho. Os confetes, no momento da deflagração, são liberados na cena do disparo.
O fabricante produz também o Taser XREP (eXtended Range Electronic Projectile), projétil sem fio disparado de uma arma calibre 12. Tem efeito de incapacitação neuromuscular com duração de 20 segundos, com alcance de 23 metros. Possui seis eletrodos causadores de choque e circuito eletrônico interno pesando apenas 3,4 gramas, com bateria. Seu invólucro é transparente e sua aerodinâmica de voo é estável.
Além do choque convencional, se a vítima, ao sentir a dor do impacto, puser instintivamente a mão sobre o projétil encravado na pele, o dispositivo dispara um forte choque adicional através do braço. Uma crueldade só. Mas quem manda?
DAZZLER: O Dazzler é uma arma que empresa um foco de luz de alta intensidade gerado por laser, para causar cegueira ou desorientação temporárias. Vem sendo usado pelos militares americanos no Iraque.

Um dos modelos adotados é o CHP Laser Dazzler, fabricado pela LE Systems. Ele usa um laser verde com potência de 500mW (miliwatts). O raio laser se expande num clarão, gerando um ofuscante fulgor verde capaz de penetrar fumaça e nevoeiro com um alcance duas vezes maior que o da luz branca normal. É apresentado em três formas: do tamanho de uma caneta (com alcance de 200 metros), na forma de uma lanterna de mão (500 metros) e montado em um rifle (dois quilômetros).
Outra arma parecida é o PHaSR (Personnel Halting and Stimulation Response), nome que lembra a pistola de raios do seriado Jornada nas Estrelas. Foi desenolvida pela ScorpWorks, uma unidade do laboratório de pesquisas da Força Aérea americana. É um rifle com design futurista que usa um sistema laser de duas cores e também ofusca a vítima.

Fonte:http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2009/06/29/a-tecnologia-os-riscos-por-tras-das-armas-nao-letais-756565644.asp

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