27 abril 2010

Entrevista - Major Fábio: governo virou as costas para os policiais e bombeiros militares

É inaceitável que os trabalhadores que arriscam suas vidas para nos proteger tenham que fazer bico para viver Luiz Paulo Pieri Relator da PEC 300/08 na comissão especial que analisou a proposta, o deputado Major Fábio (DEM-PB) avalia que o governo virou as costas para os policiais e bombeiros militares de todo o Brasil, ao trabalhar para impedir a conclusão da votação da proposta de emenda à Constituição, da qual foi relator na Câmara. A proposta em questão cria um piso salarial nacional para os policiais e bombeiros militares. O parlamentar destaca que a PEC é a mais acessada no portal da Câmara. Em sua avaliação, a popularidade do Congresso vai melhorar se o projeto for aprovado. “Se não for, será uma grande decepção”, diz. Para ele, o governo tem que “parar de tapear, não só os PMs e bombeiros, mas uma série de outras categorias que buscam melhoria de salário e condições de trabalho”. Na sua avaliação, por que a PEC 300/08 não é colocada em votação? Esta resposta tem que ser dada pelo governo, que virou as costas para os policiais e bombeiros militares. Estamos sendo tapeados pelo governo. Principalmente com uma proposta que foi exaustivamente discutida com a categoria em todos os estados, com os deputados e com o povo brasileiro. E agora se chega com a conversa de limpar a pauta, tapeando o pessoal da jornada de 30 horas, o pessoal da PEC 308, os policiais militares, que são os nossos heróis. Isso é uma vergonha para o povo brasileiro. Não aguentamos, não suportamos mais uma tapeação dessa forma nesta Casa, que merece todo o respeito dos brasileiros. Defendemos a PEC 300, porque só ela é capaz de solucionar o problema salarial no País. Além da questão salarial, o que mais falta para melhorar as condições de trabalho dos policiais e bombeiros militares? O mínimo de estrutura básica com cursos de academia para que o policial possa fazer um bom trabalho. Só que, para fazer um bom trabalho, ele tem que ter salário bom. O governo federal precisa ajudar na estrutura aos estados para que possamos investir em material bélico e dignificar a profissão com um salário decente para que muitos desses funcionários não sejam obrigados a desenvolver outras atividades para complementar a renda. É inaceitável que os trabalhadores que arriscam suas vidas para nos proteger tenham que fazer bico para viver. Além da sua defesa pela aprovação da PEC 300, que projetos da área de segurança o senhor considera prioritários? Tenho atuado nas comissões de Segurança e de Trabalho, buscando trabalhar pela aprovação dos projetos da nossa categoria que por lá tramitam e ajudando na busca de uma política de segurança pública que não tenha como gargalo a falta de recursos. Recentemente, na Comissão de Trabalho, fui relator do Projeto de Lei 5358/09, do deputado Laerte Bessa (PSC-DF), que substitui a designação “bombeiro civil” por “brigadista particular”. Votei favoravelmente a essa proposta por entender que a mudança busca apenas uma adequação da terminologia, pois o termo “bombeiro” refere-se a uma profissão das forças de segurança pública dos estados, e esse profissional possui uma missão distinta da exercida por esses novos profissionais, que são os bombeiros civis. Também sou autor do Projeto de Lei Complementar 527/09, que estabelece que pelo menos 20% do efetivo operacional das Forças Armadas fiquem localizados na faixa de fronteira e tenham poder de polícia, com atribuições subsidiárias de segurança pública para garantir a lei e a ordem. O projeto vai permitir aperfeiçoar as ações tanto preventivas como repressivas contra vários delitos, particularmente o tráfico de drogas e de armas.

FONTE: http://www.camara.gov.br/internet/jornalcamara/default.asp?selecao=materia&codMat=56091

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